Red Bull enfrenta dificuldades por falhas de correlação entre túnel de vento e pista

A temporada 2025 da Fórmula 1 trouxe à tona um problema estrutural enfrentado pela Red Bull: uma discrepância crítica entre os dados gerados em seu túnel de vento e os resultados observados na pista. Apesar da vitória de Max Verstappen no Japão, o desempenho inconsistente em outras etapas como o Bahrein acendeu um sinal de alerta dentro da equipe, levando a reuniões internas para reavaliar estratégias.

Christian Horner, chefe da Red Bull, revelou que a falta de correlação entre o túnel de vento atual e a realidade do carro RB21 em pista é a raiz dos problemas de performance. Segundo ele, as ferramentas técnicas da equipe não estão refletindo os comportamentos reais do carro durante os GPs — um cenário que ele comparou a tentar ver a hora em dois relógios que mostram horários diferentes.

“Entendemos onde estão os problemas. O desafio é implementar as soluções certas. O túnel de vento está nos direcionando para caminhos que não se confirmam na pista”, comentou Horner. “Isso precisa ser resolvido urgentemente.”

Em Suzuka, a equipe conseguiu mascarar as falhas do carro por meio de ajustes de acerto, mas a corrida no Bahrein deixou expostas limitações aerodinâmicas, especialmente na entrada de curvas — um ponto que afeta diretamente o estilo agressivo de Verstappen, que depende de confiança e aderência para carregar velocidade no trecho de entrada.

“É uma questão aerodinâmica. Precisamos dar a ele o grip necessário nessa fase da curva para que possa atacar como gosta”, disse Horner.

Mesmo que a equipe tenha identificado os sintomas e esteja reunindo cada vez mais dados com as quatro primeiras corridas já concluídas (Austrália, China, Japão e Bahrein), a resolução plena depende de um novo túnel de vento — que só entrará em operação em 2027. A instalação, que já está com as obras adiantadas, será fundamental para o próximo ciclo regulatório da F1.

Enquanto isso, o time terá de continuar confiando nos dados reais de pista, que aos poucos vêm tomando a frente na direção de desenvolvimento. Com os regulamentos chegando ao fim e as margens de ganho cada vez menores, encontrar soluções rápidas e precisas é vital para manter a competitividade.

“Estamos no fim de um ciclo regulatório onde cada melhoria é marginal. E isso torna nossos problemas ainda mais expostos com a limitação do túnel atual”, explicou Horner.

Mesmo com as dificuldades, a Red Bull segue no topo da tabela de forma competitiva: a equipe está a apenas oito pontos da liderança do campeonato de pilotos, com Verstappen. A missão agora é clara: extrair o máximo possível dos dados de corrida para corrigir o curso e manter-se no páreo até o fim da temporada.

“Sabemos onde estão os erros. Precisamos agir rápido. A temporada tem 24 corridas e cada ponto importa”, concluiu Horner.

Fonte: Motorsport.com.