F1 descarta retorno aos V10 e busca ajustes nas regras dos motores para 2026

A Fórmula 1 descartou oficialmente qualquer possibilidade de retorno aos motores V10 ou a qualquer tipo de propulsor naturalmente aspirado no futuro próximo. A decisão foi ratificada pela Comissão da F1, que reiterou seu comprometimento com as regras de unidades de potência que entrarão em vigor a partir de 2026.

Essas regras foram aprovadas em 2022 e vêm sendo desenvolvidas há anos pelas fabricantes. No entanto, ajustes menores ainda estão em pauta, principalmente para evitar que os carros fiquem sem energia elétrica no fim das retas, algo que preocupa pilotos, equipes e fãs.

Sistema de rampa de torque e ajustes no uso de energia elétrica

Para melhorar a distribuição do uso da energia elétrica ao longo da volta, a FIA planeja implementar um sistema chamado "turn down ramp rate". Ele evita que toda a potência elétrica seja liberada de uma vez na saída das curvas, forçando uma entrega mais progressiva de energia ao longo das retas.

Hoje, está previsto que 50% da potência total dos carros em 2026 venha da parte elétrica (350kW). Uma proposta alternativa reduz esse número para 200kW, o que garantiria um desempenho elétrico mais consistente durante toda a volta, especialmente em pistas de alta velocidade como Jeddah, Monza, Baku e Las Vegas.

A proposta ainda será votada, mas já gera divergências. Alguns fabricantes questionam se uma redução de 150kW pode realmente ser considerada apenas um "ajuste menor" dentro do escopo atual das regras.

Divisão entre fabricantes e oposições internas

As reações entre os fabricantes de motores variam bastante:

• Christian Horner (Red Bull) mostrou apoio: "Se estão fazendo isso pelo bem do esporte, então tem que apoiar".
• Toto Wolff (Mercedes) foi categórico ao criticar: "É uma piada".
• Audi e Honda não demonstraram disposição para aceitar qualquer mudança.
• Ferrari, por meio de Frederic Vasseur, reconheceu que alguns aspectos podem ter sido subestimados e pediu bom senso: "Não devemos rejeitar mudanças apenas por interesse competitivo".

Enquanto isso, o debate continua dentro da F1 Commission. Mesmo com as novas regras mantidas, os "refinamentos" podem moldar significativamente como as corridas se desenrolarão em 2026.

Esta matéria foi baseada em entrevista publicada pelo portal Motorsport.com