Ben Sulayem no centro da crise após nova renúncia importante na FIA
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Ben Sulayem no centro da crise após nova renúncia importante na FIA
A presidência de Mohammed Ben Sulayem na FIA enfrenta sua maior crise até agora, com a saída do vice-presidente Robert Reid e uma onda crescente de oposição interna.
Leia a matéria original publicada pela Motorsport.com
A renúncia de Robert Reid
Robert Reid, vice-presidente para o automobilismo, anunciou sua saída imediata na última quinta-feira, citando um "colapso dos padrões de governança" e "decisões críticas sendo tomadas sem o devido processo". Sua saída representa a perda mais significativa de um membro de alto escalão da gestão Ben Sulayem até agora.
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Reid ecoou críticas recentes do presidente da Motorsport UK, David Richards, que acusou a FIA de tornar sua estrutura de governança cada vez mais opaca e de concentrar poder exclusivamente nas mãos de Ben Sulayem.
Ambos, Reid e Richards, foram proibidos de participar de uma reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor por se recusarem a assinar um acordo de confidencialidade imposto pela nova política do presidente — descrito por Richards como uma "ordem de silêncio".
Uma crise em expansão
Essa não é a primeira baixa significativa sob a liderança de Ben Sulayem. Anteriormente, a diretora executiva Natalie Robyn, o diretor técnico Tim Goss, o diretor esportivo Steve Nielsen e a presidente da Comissão de Mulheres no Automobilismo Deborah Mayer também renunciaram, todos levantando preocupações semelhantes sobre a governança.
Ben Sulayem também é acusado de práticas autoritárias, como a demissão de vários comissários e oficiais de longa data, endurecimento das regras de conduta para os pilotos (incluindo restrições sobre uso de joias e linguagem) e de atrasar reformas no novo Acordo da Concórdia.
As tensões aumentaram após a Assembleia Geral da FIA em Ruanda em 2024, que aprovou alterações nos estatutos que limitam a responsabilização da liderança da FIA, entregando mais poder ao presidente e ao presidente do Senado, Carmelo Sanz De Barros, para decidir sobre denúncias éticas — inclusive as que os envolvam.
Investigações e polêmicas
Ben Sulayem foi investigado por supostamente tentar anular uma punição contra Fernando Alonso no GP da Arábia Saudita de 2023 e por sua atuação na homologação do circuito de Las Vegas. Apesar de ter sido inocentado pelo Comitê de Ética da FIA, o oficial de conformidade que liderou a investigação, Paolo Bassari, foi posteriormente demitido — rumores indicam que seu afastamento ocorreu após resistências internas às demandas do presidente.
Segundo Reid, a decisão da FIA de internalizar a promoção do Campeonato Mundial de Rallycross sem aprovação prévia do Senado ou do Conselho Mundial foi o "ponto final" que motivou sua saída.
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O futuro da liderança na FIA
A saída de Reid, que foi parceiro eleitoral de Ben Sulayem em 2021, é comparada a um vice-presidente renunciar contra o presidente nos EUA — um golpe simbólico grave.
O momento é crítico: Ben Sulayem buscará a reeleição no fim de 2025. Não há ainda um oponente oficial, mas a oposição europeia começa a se articular. Richards, com 72 anos, está acima do limite de idade da FIA para candidatura (70 anos), e o futuro político de Reid permanece incerto.
Contudo, o sistema eleitoral favorece o atual presidente. A Assembleia Geral, que vota no presidente, é composta por 245 organizações de 149 países, dando igual peso de voto a todas, incluindo pequenos clubes e nações, o que torna difícil para a oposição europeia conquistar maioria.
Ben Sulayem já começa a testar as águas, mas será preciso muito mais para que a onda de protestos se transforme no "tsunami" necessário para derrubá-lo.
Esta matéria foi inspirada com base na publicação original do portal Motorsport.com.
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